quinta-feira, 14 de julho de 2011

Beetle 2012 Primeiras Impressões by Jalopnik



Em pouco mais de uma década a Volkswagen viu seu Beetle – o carro sonhado por Hitler para ser o “carro do povo” – se transformar em um dos mais sujos insultos para o marketing: um carro de mulher. Será que o Volkswagen Beetle 2012 finalmente conseguirá reverter essa situação? Bem, vamos descobrir.
O “New Beetle”, de tração e motor dianteiros, foi lançado em 1998 o mais longe possível da simplória fórmula original que fez do Fusca o carro de plataforma única mais produzido no mundo.
Esqueça a mecânica. Todo mundo sabe que nessa sociedade machista as pessoas compram carros pelo visual. O vasinho de flores do velho “New” Beetle? Tons pastéis? Carroceria com curvas semelhantes à prostituta de três seios de “O Vingador do Futuro”? De acordo com os marqueteiros tudo isso é rejeitado pela maioria dos homens. Faz com que eles se sintam inseguros sobre si mesmo, sua sexualidade e sua incapacidade de encontrar uma mulher com três peitos.
Claro, um carro com um lado feminino pode ser uma novidade no começo – especialmente se estiver em harmonia com um público desesperado por qualquer coisa que remonte os “bons tempos que não voltam mais”. Mas se você mantiver o design por muito tempo, pode estar matando lentamente as vendas do carro.





E a Volkswagen viu acontecer exatamente isso com o “New” Beetle (daqui em diante “Beetle anterior”, ok?). As vendas despencaram de 83.000 unidades (nos EUA) em 1999, seu primeiro ano completo de produção, para pouco mais de 16.000 unidades em 2010. É por isso que a Volkswagen espera que o Beetle 2012 tenha um ar mais masculino que o anterior.
Para a sorte deles, ele tem.





Para começar, o Beetle 2012 não somente parece, mas realmente é maior, mais longo e mais robusto que o anterior. Este novo Beetle não é brinquedo, não – apesar das fotos tilt-shift que fiz dele. Ele é construído sobre a plataforma A5 da VW, a mesma base do novo Golf e do Tiguan.
O Beetle 2012 tem 1,8 metro de largura (8,3 cm mais largo que o anterior), 1,48 metro de altura (1 cm mais baixo) e 4,27 metros de comprimento (15,2 cm maior). Sai a silhueta de prostituta de três seios, entra um carro que ressalta a coluna C como se tivesse sido brutalmente arrancado da família Porsche.
Ele também tem um spoiler traseiro na versão Turbo 2.0 que foi integrado ao visual do carro com a parte superior preta e a inferior na cor do carro.
Algumas características tradicionais do visual do Beetle foram atualizadas, ganhando um visual mais moderno – os faróis redondos agora podem ser bi-xenon com luzes de posição formadas por LEDs, o capô é mais longo e esguio e as rodas ficaram mais largas, chegando agora a 19 polegadas no pacote Turbo Sport.





Com o porte mais largo o Beetle pareceu muito mais assentado nas poucas curvas em que pudemos testá-lo num trajeto percorrido timidamente em direção ao Norte de Berlim. Isso porque os modelos que testamos não permitiam que os auxílios eletrônicos fossem desligados e entravam em ação assim que os pneus começavam a cantar. O assessor da Volkswagen disse que os modelos americanos terão um botão para desligar alguns dos controles.
Os Beetles agora terão suspensão dianteira com braços inferiores e barra anti-rolagem (22 mm no modelo base e 23 mm no Turbo). A suspensão traseira é independente, de braços múltiplos com molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Mas como todas as estradas onde rodamos eram planas, tudo isso foi não fez a maior diferença. As estradas deles são boas demais.
Ah, o ABS continua sendo de série. Os discos dianteiros são ventilados, de 11,3 polegadas na dianteira e 10,7 polegadas na traseira. A versão Turbo tem discos maiores na dianteira com pinças vermelhas. Na verdade senti uma estranha atuação em freadas mais fortes que parecia ser o ABS entrando em ação de modo um tanto superprotetor. Espero que resolvam isso antes do carro chegar a nós.






Por dentro o Beetle recebe o motorista com três instrumentos circulares (conta-giros, velocímetro e marcador de combustível). Há um mostrador multifuncional integrado ao velocímetro posicionado ao centro do painel de instrumentos.
Tal como o Beetle anterior, o novo modelo tem um porta-luvas adicional integrado ao painel. Uma tampa que abre para cima, enquanto o porta-luvas padrão abre para baixo. O painel também terá instrumentação auxiliar opcional, posicionada sobre o sistema de áudio/navagação, formada por temperatura do óleo, relógio com cronômetro e manômetro de pressão do turbo.
Quando se trata do sistema de som, há muito mais opções que as duas do antigo Fusca (com ou sem rádio). O Beetel vem de série com o sistema RCD 310 com oito alto-falantes, ou com o sistema Premium VIII com disqueteira, entrada para cartões SD, tela sensível ao toque e sistema de navegação.
Infelizmente o desejo volkista de proteger a frágil segurança sexual masculina eliminou o vasinho de flores. Mas como sou seguro a respeito de minha masculinidade, decidi parar e fazer meu próprio vaso-macho para o Beetle 2012 usando materiais machos como aço, vidro, derivados de petróleo e fita. Por que nada pode ser mais macho que silvertape grudado em plástico alemão.

Aí está, Volkswagen. Resolvido.







Sob o capô as opções de motorização foram atualizadas para combinar com seu irmão de plataforma, o Golf. Com lançamento marcado para setembro, o Beetle 2012 terá dois motores: um cinco-cilindros de 2,5 litros casado com uma caixa automática de seis marchas (a mesma combinação do antigo Jetta) e o quatro-cilindros turbo de dois litros com caixa DSG de seis velocidades e embreagem dupla. Caixas manuais de cinco e seis marchas também estarão disponíveis em seguida. Haverá ainda uma versão turbodiesel de injeção direta de 140 cv (nota do tradutor: mas como estamos no Brasil…).
Não testamos o modelo 2.5, mas a versão Turbo que dirigimos hoje fizeram um trabalho excelente ao empurrar a enorme carroceria de 1353 kg pela Autobahn. É absolutamente mais forte que o Beetle antigo. Faz sentido, já que o Golf também é mais potente que a geração anterior.
Resumidamente, o que a VW fez foi criar um Beetle com cara de Porsche para substituir um Golf com cara de Fusca. Embora não tenha motor traseiro, nem tração apenas nas rodas de trás, não tenha dúvidas de que ele é muito mais interessante que o Beetle antigo. Aliás, é mais interessante que muitos outros carros – mesmo que não tenha um lugar legal para colocar flores.
Mas se você é como eu e faz questão de ter um vaso de flores, você pode fazer o seu próprio vaso-macho.




Créditos: Jalopnik Br / Ray Wert


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